colunista do impresso

Os bons são a maioria

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Li o post de uma amiga em uma rede social no qual ela agradecia a atitude de uma moça, até então desconhecida. Sem cartão do transporte público para prosseguir e sem dinheiro, pois havia esquecido a carteira, começou a conversar com a tal moça em meio ao apavoramento, que se solidarizou de imediato, oferecendo dinheiro para a passagem. Também concordo que estas pessoas são anjos que de forma inesperada surgem sem sabermos de onde vêm e se são realmente humanos. O episódio como minha amiga conta, ganha significância por ter acontecido no Rio de Janeiro. Cidade estigmatizada pelos altos índices de violência e extermínio de inocentes. A grande mídia, na sua missão de intoxicar, veicula somente o terror e a desumanidade, como se apenas bandidos habitassem a cidade.

No Rio de Janeiro também tem espaço para anjos. O post me comoveu muito porque tenho uma história similar ocorrida em São Paulo há muitos anos atrás, com meu filho mais velho. Outra cidade que assusta a muitos, talvez nem tanto pela violência, mas pelo tamanho. Muito jovem ao concluir o curso de informática, a primeira oportunidade de trabalho surgiu na capital paulista. Filhos mais velhos são sempre os mais protegidos e os mais exigidos. Sair de Santa Maria para morar sozinho foi um grande desafio. A oportunidade não poderia ser perdida por medo e pelos afetos. Afetos independem da geografia e da distância. Filhos são criados para o mundo.

Ao fechar quase um ano, a empresa teve vários contratos reduzidos. Era o momento de procurar um novo emprego. As entrevistas ocorriam em diversos pontos da megacidade. Em época de inexistência de aplicativos e celular ser artigo de luxo e ostentação, o deslocamento não era uma tarefa fácil. Mesmo pegando o ônibus certo, em meio a ansiedade e ao desconhecimento, desceu uma parada antes da prevista. Este fato custaria atraso à entrevista. Situação inaceitável aos olhos do selecionador. Em meio ao pânico, surge no lugar isolado um homem de bicicleta. Ele confirmou que realmente era impossível chegar na empresa no horário, considerando a distância. Era um anjo. O homem parecia ser um trabalhador da construção civil. Percebendo a frustração do meu filho, perguntou, imediatamente: "Se anima sentá aí? Eu te levo". Sem pestanejar, ele sentou no banco. Ao chegar em frente à empresa, calçou a bicicleta, deu um forte abraço e desejou sucesso na entrevista, ainda em tempo.

O anjo, assim como apareceu, desapareceu. Certamente anda por aí fazendo o bem para outros. Eu tenho o entendimento de que todo o bem que fazemos retorna a nós ou a alguém que nos é importante. Como disse a Carine: "assim se forma uma rede, em que uns ajudam os outros" (complemento) sem necessidade de retribuição ou de algum ganho imediato. Uma rede que tem por objetivo fazer o bem e ser bom, pelo simples fato de se ver refletido no outro, por pura solidariedade e amor ao próximo.

Carine, concordo contigo: "Os bons são a maioria. Sei que está difícil de acreditar, mas são!". Obrigada pela inspiração!!

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

O alerta das costas nordestinas sobre os perigos com o petróleo Anterior

O alerta das costas nordestinas sobre os perigos com o petróleo

Outubro: um mês especial Próximo

Outubro: um mês especial

Colunistas do Impresso